sexta-feira, 8 de junho de 2012

Cresce número de funcionários com menos de um ano de casa


De acordo com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), o percentual de pessoas com menos de um ano no emprego vem aumentando desde 2006. Por outro lado, cai o índice de profissionais que estão há mais de cinco anos no mesmo trabalho. Esse movimento é visível na taxa de rotatividade calculada pelo ministério, que aumentou cerca de 30% nos últimos seis anos.

Em 2011, 19,8 milhões de trabalhadores foram desligados (demitidos ou a pedido próprio) e outros 21,8 milhões foram admitidos. Isso indica que 55% do total de vagas existentes no mercado de trabalho no final de 2010 "mudou" de ocupante ao longo do ano seguinte. Esse índice, conhecido como taxa de rotatividade, era de 42% em 2006.
Em abril de 2012, último dado disponível, 16,7% dos trabalhadores estavam no máximo há um ano no atual emprego (considerando a população ocupada em empregos formais). A fatia de profissionais nessa condição vem aumentando. Em 2006, eles eram 13,3% do total.

Fabio Romão, da LCA Consultores, acredita que a formalização do mercado de trabalho contribui para que esse resultado se acentue. "O aumento do emprego formal incorporou muitos trabalhadores nas estatísticas do MTE. E eles, que foram formalizados, normalmente estão há pouco tempo no emprego. Na maior parte, são pessoas de nível de instrução e qualificação mais baixos, o que, no passado, dificultava que elas tivessem a carteira assinada”. 

Segundo a PME (Pesquisa Mensal de Emprego), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a taxa de ocupação sem carteira de trabalho assinada no setor privado passou de 14,6% para 10,5% entre abril de 2006 e o mesmo mês deste ano, enquanto os com carteira assinada, que representavam 41,7% dos ocupados, hoje são 48,9%, na mesma comparação.

O economista da LCA explica que a escassez de mão de obra em alguns segmentos do mercado de trabalho força o empregador a ocupar essas vagas formais com profissionais que, muitas vezes, não estão preparados para o cargo. "O empresário não tem escolha. Esse grupo de pessoas, que entra no mercado de trabalho formal, é o principal responsável pelo aumento da rotatividade", diz Romão.

O consultor também não descarta que a diferença entre gerações contribui para o aumento da taxa de rotatividade. "Quem entra no mercado de trabalho hoje não viveu um histórico de inflação alta e incertezas quanto ao futuro, isso acaba deixando a pessoa com mais disposição a arriscar", explica.

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